2.10.06

A vela

Alta, magra, quase como uma modelo, ela fica ali só de enfeite. Pensa que é mais chique e fina do que seus companheiros e olha com desdém para os porta-retratos, os vasinhos e os outros enfeites que ocupam a sala. Apesar de estar praticamente anoréxica, se acha superior às outras velas decorativas, todas baixinhas e gordinhas. Esquece de lembrar que é menos estável que todos os outros, que pode cair ao menor toque.
Mas ela não liga para nada disso. Segue ali, com seu ar blasé, ignorando o que se passa a sua volta. Dizem que as velas costumam ser esquentadinhas, mas esta é de uma frieza sem igual. A única coisa que a deixa de cabeça quente é pensar que, um dia, caso acabe a luz e não seja possível encontrar aquelas velas de segundo escalão que são úteis nessas horas, ela seja acesa e perca todo seu glamour, se transformando numa simples vela operária.
No fundo, por trás de toda essa pose, ela guarda uma certa inveja dos lustres e abajoures. Para a vela, eles que são felizes, sendo muito mais eficientes na hora de iluminar e sem perder a sua beleza. Enquanto a vela um dia morrerá de tanto trabalhar, deformada e esgotada.

(eu publico sempre esse texto em novas tentativas de blog, soh pq ficou bom haha qdo me dão temas e tenho q escrever, aí a coisa flui...)

3 comentários:

Anônimo disse...

Pô ! Mary ...
Vc ganhou mais uma fã, viu ?!

Mais uma vez, Parabens ! Vc escreve muito ... Gostei desse texto tem umas ambiguidades mto massa !

Mais oq o anterior tá perfooo ! Phodastico ! Ameiiiii !

Bjos Mary !

Yussef disse...

Continue publicando prq é bom.
abs

Anônimo disse...

AMEI esse teu texto!!!