23.7.08

Sobre criar um hábito

Hábitos são condicionamentos mentais estranhos. Você começa a fazer algo e, quando vai perceber, tem um novo costume, sabe-se lá por que. Alguns hábitos são tão antigos que não tem como saber quando começou. Eu não sei muito bem por que meu banho segue determinada ordem. Ou melhor, talvez eu até saiba, mas não sei a partir de qual momento percebi que era melhor assim ou, pior ainda, a partir de quando isso se tornou absolutamente automático.
Por essa sua característica de chegar de mansinho, sem ser algo muito perceptível, muitas vezes fica difícil criar uma hábito novo quando a gente precisa. Não consigo ter o hábito de beber água. Não consigo ter o hábito de me exercitar. Eu esqueço, dá preguiça, sei lá. Quero ter o hábito de usar perfume, mas nunca dá tempo. Passar lápis de olho dá tempo, mesmo que me atrase. Eu me sinto feia sem lápis, nua sem relógio, mas ignoro o perfume. As vezes compramos algo e queremos ter o costume de usar, afinal, gastamos dinheiro com isso. Alguém compra uma torradeira e uma cafeteira e quer ter o hábito de tomar café da manhã em casa, mas continua tomando na padaria. Eu estou tentando criar o hábito de usar esmalte. Pelo menos é baratinho, se eu não passar, se endurecer, não perdi muito. Por sorte eu criei o hábito de andar com o meu iPod, sou mais sozinha e entediada sem ele. Se o deixasse de lado, seria uma bela grana desperdiçada. Queria ter o hábito de pegar para estudar violão todo dia. Queria fazer hidratação no cabelo em casa uma vez por semana. Mas a gente não manda muito nos nossos costumes, os costumes mandam na gente.
Eu queria ter o hábito de escrever um blog. Não consigo. Foram alguns blogs desde que eles existem, sites antes dos blogs existirem, com diversas temáticas, layouts e hospedagem. Com textos meus e de outros, sobre qualquer coisa, curiosidades, tudo. E nada. Como fazer para criar este hábito? Vejo os blogs alheios. Alguns comentam tudo que aparece. Impossível. Me pergunto como a Bridget Jones vivia se ela perdia tanto tempo escrevendo o que acontecia em um diário. Alguns são metódicos e postam as quartas e sextas, domingos e quintas. Outros esquecem e de repente postam, como eu. Outros abandonam, idem.
Meu pai diz que melhoramos com a prática. Se aplica com relação ao meu desejo do hábito do violão, o carro que eu dirijo mal porque ele não deixa eu usar. Se aplica com relação ao meu desejo de escrever. Ele dá como exemplo colunistas de jornais, que tem que escrever algo uma vez por semana, com um número mínimo de toques, haja assunto ou não - arranje um. E eu tento ser colunista do meu próprio jornal, mas com pouca disciplina para cobrar meus próprios prazos. Mas vou tentar. Ser mais metódica e observadora, menos inconstante e sentimental.
Me propus um tema hoje e saiu. Veremos a próxima.

21.7.08

Seu estilo não me agrada
Seu papo não me convence
Mas aceito seu jogo
Porque estou frágil e carente

Um primeiro, um segundo
Sigo cobiçando os terceiros
Com o que me resta no mundo
Eu não me contento

Procuro agradar
Mas não fazer o que ele quer
Só não sei como negar
Quando quero me sentir mulher

ê, breguice