16.10.06

Balão ao infinito

Tarde de sábado, nada para fazer, casa vazia. Seguindo um impulso consumista, fui ao shopping finalmente comprar a sandália que queria há tempos. Já tinha o dinheiro separado, ido na loja experimentar, só faltava ter o meu número e a cor que queria no mesmo par para que a compra fosse consumada. Cheguei lá e assim foi feito. Dei um tempo pra lá feliz e contente e então me dirigi ao ponto para pegar um transporte que me levasse de volta a minha casa.
Atravessei a rua e olhava displicentemente a minha volta, quando algo me chamou a atenção. Um balão de gás hélio, ou bexiga que voa, que foi como sempre chamei, voando acima do estacionamento. É absolutamente besta, mas fiquei sem tirar os olhos dele. Numa lembrança de infância, pensei em todas as vezes que tive um balão desse em minhas mãos. As vezes soltava algum deles e iam parar no teto, precisando da ajuda de um adulto para que o balão fosse resgatado. As vezes eles estouravam ao chegar no teto, outras vezes alguém, geralmente sem querer, estourava. Na maioria das vezes, eles murchavam até não flutarem mais e se tornavam uma sombra do encanto que tinham.
Lembrei que eu tinha vontade de ver um balão subindo sem destino. Não me arriscava a isso, tentando mantê-lo comigo da forma mais segura possível quando em algum lugar aberto, não queria perdê-lo. Mas semana passada eu vi aquela bexiga no shopping. Não sei se pareci estranha para quem me via, olhando para um ponto no nada. Segui com o olhar enquanto andava, até um poste atravessar a visão e o balão sumir. Ainda fiquei procurando, frustrada com o fim daquele momento.
Já não mais criança, vi aquele brinquedo desaparecer no infinito, subindo não se sabe até onde. O que eu fui fazer lá mesmo?

4 comentários:

Anônimo disse...

Oi Mariana, por acaso vc é a Mariana Missio, que deixou um texto na Bienal do ano 3000, do Fred Forest? Sou jornalista e estou fazendo uma matéria sobre essa bienal paralela, gostaria de conversar com algumas pessoas que deixaram seus trabalhos lá.. Se for vc, vc pode me contactar via e-mail? leticiahelena@bol.com.br

Desculpe usar seu blog para isso, mas é que não encontrei outro contato seu..

Abs,
Letícia

Jaime Ohana disse...

Boa Mari. Espero trocarmos ideias atraves da grande teia mundial! Uhhhhhhhhhhhh!!! O meu blog ja esta ATT.

Se o tempo desse tempo para as pessoas de alguma forma escrever algo assim, como o texto do Post, haveria mais flexibilidade humana entre as pessoas.

Abraxu.

Jaime Ohana disse...

Oi. Tow com um video aqui e gostaria de enviar para seu email! d+...´´E sobre preconceito!
O que vc me diria! É uma campanha institucional! Uau!

Anônimo disse...

Mary,
gostei do texto !
Fiquei imaginando a cena e consegui visualizar o balaão se perdendo em meio ao seu azul ...
rs rs rs ...

Parabens !