22.8.07

É engraçado... vou fazendo limpeza naqueles montinhos de papéis que sempre se acumulam (dica de texto sobre esse temática periclitante clicando aqui), caixinhas de tranqueiras e coisas do gênero e sempre tem algum papel c uma tentativa poética perdida... agora, no bloquinho q fica em cima da mesa do pc, achei dois. um eu verifiquei e já postei aqui. outro acho que ficou muito brega. apesar de que eu sou meio brega mesmo.
e comprei um bloquinho pra anotar as idéias antes que eu as perca. eu sempre penso coisas ótimas na rua que ficam uma droga qdo vou colocar no papel (ou na tela), o que acontece geralmente entre duas horas e duas semanas depois haha nesse meio tempo, o que eu tinha pensado se perdeu completamente... ou vai ver já era ruim desde o pensamento, eu é que não tinha percebido.

I know I don't know you
But I want you soooooo bad

Everyone has a secret, but, can they keep them?
Oh, no, they can't.

Secret - Maroon 5 (fui bem mais pop agora não?)

15.8.07

Seus olhos ardem...
Vem a vontade de fechar
O tempo passa devagar
O tempo não passa

Mais um suspiro
Olhar a janela
A música é a companhia dela
Ninguém mais

Verifica o relógio atenta
Pensa em algo para fazer
Espera alguém para atender

Lá fora o sol esquenta
Mas a casa é fria
Algumas horas de vida vazia

2.8.07

Tédio (Florbela Espanca)

Passo pálida e triste. Oiço dizer:
“Que branca que ela é! Parece morta!”
e eu que vou sonhando, vaga, absorta,
não tenho um gesto, ou um olhar sequer...

Que diga o mundo e a gente o que quiser!
— O que é que isso me faz? O que me importa?...
O frio que trago dentro gela e corta
Tudo que é sonho e graça na mulher!

O que é que me importa?! Essa tristeza
É menos dor intensa que frieza,
É um tédio profundo de viver!

E é tudo sempre o mesmo, eternamente...
O mesmo lago plácido, dormente...
E os dias, sempre os mesmos, a correr...

Vodca, licor de pêssego, suco de laranja, groselha...

Minha mão está bem gelada, como costuma ser. Você não se importa e eu deslizo ela pela sua nuca, desço pelas costas, te causando um arrepio. Mas é bom, você reage como quem pede mais, e sigo com minha mão navegando pelo seu corpo enquanto ela não aquece como deveria. Nossos lábios estão grudados e em movimento como se nada mais houvesse além de nossas bocas. Seu gosto lembra como a noite começou e a areia, que nem sei como foi parar lá, deixa o beijo crocante e aguça os sentidos. Também me aguça o toque áspero da sua barba por fazer arranhando minha bochecha. Coloco a mão no seu rosto para sentir e você ri porque eu continuo gelada. Sua mão é quente e tenta aquecer a minha, enquanto a outra faz o mesmo caminho que fiz antes pela sua pele e tenta chegar até um pouco mais longe. O finalzinho das ondas bate em nossas pernas e já nem sei onde terminam as minhas e começam as suas. A lua ilumina o mar, o ar e a água fundem-se numa imagem só. Eu tento me desvencilhar, eu finjo me desvencilhar, mas já não posso mais. Eu seguro com força nos seus cabelos sujos e molhados, como se quisesse me conter. Eles não podem nos ver, eles não podem nos ouvir... O coração dispara e solto um ultimo suspiro. O seu também bate com força, como sinto ao deitar a minha cabeça no teu peito. Uma paz nos invade e o cérebro parece que fica vazio. Não é hora de pensar, é hora de sentir. Toco devagar na sua coxa enquanto você me faz cafuné, embaraçando todo meu cabelo. Estamos sós, apenas o mar e a lua sabem como foi. Vontade de ficar assim para sempre, não falar nada, esperar o amanhecer. Para quem esperou tanto, aguardar para ver o dia nascer é apenas um detalhe.